A 5ª. Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe foi realizada na cidade de Aparecida (SP, BR), de 17/04 a 30/05/2007, que teve conclusões sobre o diálogo e a renovação da ação da Igreja Católica para todos os católicos do continente. A principal mensagem da conferência é o chamado de que todo cristão deve ser discípulo e missionário de Jesus Cristo: “Caminho, Verdade e Vida”. O documento é uma continuidade do Vaticano II e das Conferências do Rio de Janeiro, Medellín, Puebla e Santo Domingo. O Papa Bento XVI reconhece com humildade as luzes e as sombras que há na vida cristã e na ação da Igreja na sua caminhada histórica para uma nova etapa pastoral com o compromisso de que todos os cristãos vivenciem seu batismo.
Nas conclusões do Documento de Aparecida, ele foi dividido em três grandes partes, conforme o método de reflexão teológico-pastoral ‘Ver, Julgar, Agir’ mediante um discernimento comunitário em estado permanente de missão.
A primeira parte se intitula A vida de nossos povos. Nesta parte se faz um olhar da realidade de forma como deve ser interpelada a evangelização. Vários processos históricos complexos e em curso nos níveis sócio-cultural, econômico, político, étnico e ecológico são analisados e se discernem grandes desafios como: a globalização, a injustiça estrutural, a crise na transmissão da fé, entre outros. Percebe-se a difícil situação da Igreja nesta hora de desafios, fazendo um balanço de sinais positivos e negativos dos povos do continente e indica a fé em Cristo como fonte de vida para os homens e as mulheres. Motiva-se a alegria de o cristão ser chamado para anunciar o evangelho com todas as suas repercussões para cada pessoa e na sociedade. Enfatiza a alegria da vocação à santidade e à comunhão de todo o Povo de Deus com suas vocações especificas e para o caminho do diálogo ecumênico e inter-religioso. Aborda-se o itinerário da riqueza espiritual popular católica, que é de estilo comunitário e missionário – o que se dá a devida atenção à iniciação cristã, à catequese permanente e à formação pastoral.
A terceira parte entra plenamente na missão atual da Igreja Latino-americana e Caribenha, que procura se desenvolver uma grande opção da Conferência: converter a Igreja em uma comunidade mais missionária das Igrejas Particulares (dioceses), das comunidades eclesiais das paróquias e dos organismos pastorais. Impulsiona-se então uma missão continental: que é a promoção do Reino de Deus e a promoção da dignidade humana, confirma-se a opção preferencial pelos pobres e excluídos, remetendo-se assim a opção feita na Conferência de Medellín, e que então se reconhecem novos rostos dos pobres (os desempregados, os migrantes, os abandonados, os enfermos e vítimas da violência e da criminalidade) e que se promova a Justiça e a Solidariedade Internacional. Foca-se na questão da ação pastoral à Família (Pastoral Familiar), como o início do anúncio da Boa Nova da dignidade infinita de todo ser humano, a fim de se promover uma cultura de amor e, posteriormente, uma cultura do respeito à vida na sociedade; ao mesmo tempo, desejando-se acompanhar pastoralmente as pessoas em suas diferentes condições como as crianças (Pastoral da Criança), adolescentes (Pastoral dos Adolescentes e Pastoral do Menor), jovens (Pastoral da Juventude), idosos (Pastoral da Melhor Idade), mulheres (Pastoral da Mulher Marginalizada e Pastoral Feminina) e homens (Pastoral Masculina), e se fomenta em especial o cuidado com o meio ambiente e a consciência ecológica (Pastoral do Meio Ambiente / Pastoral Ecológica).
No último capítulo, Nossos povos e a cultura, confirma e atualiza as opções de Puebla e de Santo Domingo pela evangelização inculturada, da qual se tratam os desafios pastorais da educação (Pastoral da Educação)e da comunicação (Pastoral da Comunicação), e para se promover uma Pastoral Urbana das grandes cidades, focando-se especialmente o compromisso político dos leigos por uma cidadania plena na sociedade democrática (Pastoral Fé e Política e Conselho Pastoral de Leigos), pela solidariedade com os povos indígenas (Pastoral Indígena) e afro-descendentes (Pastoral Afro-Brasileira), e uma ação evangelizadora que aponte caminhos de reconciliação, fraternidade e integração entre nossos povos, a fim de formar uma comunidade regional de nações na América Latina e no Caribe.
( matéria corrigida e completa que está no Jornal Anunciação, Edição III, Circulação: Outubro-Novembro de 2009)
domingo, 1 de novembro de 2009
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