
A tradição popular narra que na Ilha de Creta, a maior ilha da Grécia, havia um quadro da Virgem Maria muito venerado por causa dos seus grandiosos milagres. E essa ilha foi por muitos séculos dominada pelos muçulmanos, que destruíram muitos documentos cristãos, e que por isso, nada se descobriu sobre a origem do milagroso ícone, nem mesmo a Igreja que o venerava antigamente.
O quadro é uma pintura sobre madeira, em estilo bizantino, de medida de 54 x 41,5 cm, onde se entrelaçam a arte, a piedade, a elegância e a simplicidade. Dizem alguns estudiosos, que o ícone pode ter sido uma das diversas cópias do retrato da Virgem Maria Santíssima atribuído a um pintor grego, Andréas Ritzos do século XV, que se baseou em outra pintura entre os séculos XIII e XIV, por causa dos traços helênicos, bizantinos e letras das suas inscrições em grego “Jesus Cristo”, oriunda de uma tradição das comunidades de São Lucas. Segundo tradições orientais, o quadro é uma reprodução de uma pintura feita por São Lucas, que além de escritor, era também pintor.
Nesse quadro, a Virgem Maria foi representada a meio corpo, segurando o Menino Jesus nos braços. O menino segura forte a mão da Mãe e observa assustado dois anjos que lhe mostram os elementos da sua Paixão: a cruz, as lanças, os cravos e a cana com a esponja. Os anjos são os arcanjos Gabriel e Miguel, que flutuam acima dos ombros de Maria. Nota-se nas atitudes do Menino Jesus que ele se agarra à mão que a Mãe lhe estende para confortá-lo e, no movimento, deixa escorregar a sandália do pé direito. Os olhos de Maria, cheios de compaixão, voltam-se para quem a contempla, apelando para os homens evitarem o pecado, a causa da morte de Jesus. E a cor de ouro do fundo da pintura evoca valores permanentes, dando à moldura um caráter de eternidade.
Quanto ao título de Perpétuo Socorro atribuído a Nossa Senhora no quadro fora decorrente de uma visão de uma menina que teve da Virgem Maria. Nossa Senhora lhe teria pedido o título de socorrer perpetuamente os que mais precisavam dela.
Outra versão em relação ao título de Perpétuo Socorro, teria sido uma das invocações preferidas dos cristãos da Ilha de Creta nas suas orações.
Certo dia, porém, um rico negociante pensou no bom preço que poderia obter com a venda do referido quadro, tê-lo-ia roubado, no século XV, e o levado para Roma, de navio.
Conta-se que, durante a viagem na travessia do Mar Mediterrâneo, o navio que transportava a preciosa carga foi atingido por uma forte tempestade, que colocou em perigo a vida dos passageiros, que ameaçava submergi-lo, quando os tripulantes, sem saber, recorreram a Virgem Maria, sem saber da presença do quadro, quando milagrosamente, a embarcação conseguiu se ancorar e ser salva num porto italiano. Mais tarde, antes de morrer, o comerciante decidiu confiar o ícone a um amigo para que o levasse a uma igreja da cidade, a fim de devolvê-lo à veneração pública.
Algum tempo depois, o ladrão faleceu e a Santíssima Virgem apareceu a uma menina, filha de uma mulher que guardava a famosa pintura, e avisou que a imagem de Santa Maria do Mãe do Perpétuo Socorro deveria ser colocada numa Igreja.
O milagroso quadro foi então solenemente entronizado na Capela de São Mateus, em Roma, no ano de 1499, e aí permaneceu com homenagem dos fiéis durante trezentos anos, até que o templo foi criminosamente destruído pelos franceses invasores, no fim do século XVIII.
Em 1739, os agostinianos irlandeses exilados do seu país, os responsáveis agora pela Igreja de São Mateus no seu convento anexo, onde funcionava o Centro de Formação da sua província em Roma, foram designados para a Igreja de Santa Maria em Posterula, também em Roma, e para lá também seguiu o quadro da “Virgem de São Mateus”. Como se venerava a devoção de Nossa Senhora da Graça, o quadro foi colocado na capela interna e acabou quase esquecido. E isso só não ocorreu por causa de um antigo agostiniano remanescente do antigo convento que continuou a sua devoção. Ele então contou a história do ícone milagroso a um jovem coroinha, este que se tornou depois padre redentorista.
Certo tempo depois, os agostinianos levaram o ícone para outro lugar, onde ficou guardado e esquecido num convento. Em 1855, os padres redentoristas compraram a propriedade que era dos agostinianos e estabeleceram a Casa Generalícia da Congregação fundada por Santo Afonso de Ligório. Não sabiam que ali fora terreno da antiga Igreja de São Mateus, escolhida pela Virgem para ser seu santuário. Milagrosamente, um dos referidos religiosos encontrou documentos e livros antigos relativos sobre a imagem da Virgem Maria, famosa pelos grandes milagres que realizava. Após muita busca, com a ajuda do então coroinha agora padre redentorista, o quadro foi encontrado por uma revelação especial de Nossa Senhora, mais precisamente no ano de 1863. Por causa dessa busca, a história do quadro repercutiu para sua devoção.
Em 19 de janeiro de 1866, o quadro de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro foi conduzido ao seu atual Santuário, por ordem do Papa Pio IX: “Fazei com que todo o mundo conheça o Perpétuo Socorro” - aos missionários redentoristas, seguidores de Santo Afonso Ligório, com a incumbência, então, de tornar o ícone conhecido e amado em todo o mundo e, conseqüentemente, de divulgar a devoção ao Perpétuo Socorro de Maria.
Do Monte Esquilino do Santuário, a devoção se irradiou para todo o planeta. Outras cópias seguiram com todos esses missionários para a divulgação da devoção a partir das novas províncias instaladas por todo o mundo e, por isso, a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro foi declarada Padroeira dos Redentoristas.
A devoção a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro no Brasil existia antes da chegada dos Redentoristas em 1894. A sua devoção se expandiu por todo o seu território através da Novena Perpétua. Essa novena é conhecida com o nome de perpétua porque é celebrada num dia fixo de todas as semanas do ano nas quartas-feiras.
A tradição de celebrar a Novena Perpétua de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro tem origem na Província Redentorista de São Luís, nos Estados Unidos, em 1927. Com o passar do tempo, essa devoção propagou-se pelo mundo todo.
Atualmente, festa é celebrada todo ano no dia 27 de junho (data da padroeira da nossa Igreja).
Santuário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro:
http://www.santuario.org.br/nsperp.php?PHPSESSID=8a21046b4a2ab3cdb4452c756c07142a
Igreja On-Line:
http://www.cot.org.br/igreja/ns-perpetuo-socorro.php
Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro – Jardim Paulista – Missionários Redentoristas – São Paulo:
http://www.perpetuosocorro.net/quadro.htm
Catequese Católica:
http://www.catequisar.com.br/texto/colunas/pewagner/01.htm
Nenhum comentário:
Postar um comentário